Num jornal regional americano apareceu em outubro de 1902 a notícia que o professor sueco Svend Arrhenius desenvolveu uma nova teoria relativo à futura extinção da raça humana. Ele sustenta, dizia o artigo de há 121 anos, que a combustão do carvão pelo homem civilizado está a aquecer gradualmente a atmosfera de modo que no curso de alguns ciclos de 10.000 anos a terra será cozida numa temperatura próxima do ponto de ebulição. Ele baseia a sua teoria em estudos dos efeitos do acúmulo de ácido carbónico na atmosfera, termina o então artigo. Passaram desde então um século de relatórios, com destaque para o de Roma e o do Grupo de Lisboa que não apontam o dedo só para o ácido carbónico. Será que Svend Arrhenius terá sido demasiado optimista com os vários ciclos de 10000 anos? Podemos pensar que sim, ao analisar estes dois relatórios.
Contudo, o humorista flamengo Urbanus define optimista como ‘aquele que ainda não sabe tudo’. E hoje sabemos um pouco mais do que há 121 anos, mas não sabemos tudo.
Ao meu ver perfilam-se assim dois caminhos.
Podemos aguardar até sabermos tudo, deixar de ser optimistas e sucumbir.
Podemos decidir não querer saber tudo para nos manter optimistas. Ser optimista não é sinónimo de cultivar ilusões.
O pouco mais que sabemos desde 1902 permitiu-nos identificar os perigos que existem para a terra e continuando optimista devemos ser capazes de os contornar. Não é trabalho fácil. Bem pelo contrário. Porque os perigos com os quais nos confrontamos não são necessariamente os que nos são apontados por quem tem poder, bens e dinheiro. Basta reler Limites à Competição do Grupo de Lisboa. Pelo que sabemos hoje, parte substancial do perigo para a sobrevivência do planeta reside exatamente na presença no planeta de quem tem demasiado poder e de quem lucra com a produção de bens para o consumo ao qual convida, se não obriga, todos. Sabemos hoje das vantagens colectivas do consumo moderado e partilhado de matéria prima e produtos acabados. Sabemos hoje do perigo dos privilégios individuais para consumo individualista, exagerado e não partilhado de recursos limitados.
Não é preciso saber mais do que sabemos hoje para traçar um caminho colectivo e de co-educação com a nossa geração e as duas gerações seguintes em prol da cooperação e do convívio cosmopolita.
O meu grande optimismo revela obviamente quão pouco sei. É tão simples dizê-lo, é tão difícil fazê-lo. Continuarei a trabalhar com netos e neta quanto à partilha de bens e a aprendizagem dialogada. Quem acompanha?
Contudo, o humorista flamengo Urbanus define optimista como ‘aquele que ainda não sabe tudo’. E hoje sabemos um pouco mais do que há 121 anos, mas não sabemos tudo.
Ao meu ver perfilam-se assim dois caminhos.
Podemos aguardar até sabermos tudo, deixar de ser optimistas e sucumbir.
Podemos decidir não querer saber tudo para nos manter optimistas. Ser optimista não é sinónimo de cultivar ilusões.
O pouco mais que sabemos desde 1902 permitiu-nos identificar os perigos que existem para a terra e continuando optimista devemos ser capazes de os contornar. Não é trabalho fácil. Bem pelo contrário. Porque os perigos com os quais nos confrontamos não são necessariamente os que nos são apontados por quem tem poder, bens e dinheiro. Basta reler Limites à Competição do Grupo de Lisboa. Pelo que sabemos hoje, parte substancial do perigo para a sobrevivência do planeta reside exatamente na presença no planeta de quem tem demasiado poder e de quem lucra com a produção de bens para o consumo ao qual convida, se não obriga, todos. Sabemos hoje das vantagens colectivas do consumo moderado e partilhado de matéria prima e produtos acabados. Sabemos hoje do perigo dos privilégios individuais para consumo individualista, exagerado e não partilhado de recursos limitados.
Não é preciso saber mais do que sabemos hoje para traçar um caminho colectivo e de co-educação com a nossa geração e as duas gerações seguintes em prol da cooperação e do convívio cosmopolita.
O meu grande optimismo revela obviamente quão pouco sei. É tão simples dizê-lo, é tão difícil fazê-lo. Continuarei a trabalhar com netos e neta quanto à partilha de bens e a aprendizagem dialogada. Quem acompanha?