As manhãs em que o avô espera que um dos netos chega para passar juntos o dia começam cedo e obrigam a um bom pequeno almoço… Enquanto preparo o café, ligo a Radio Klara para a diária música de fundo. Devo ter pressionado outro botão e a televisão liga-se no canal que ficou selecionado alguns dias antes, durante uma outra visita de um dos netos. Mas agora o programa não é acerca de animais. Tem como título “Os ficheiros secretos da NASA”. Normalmente não estou muito interessado em vasculhar os segredos dos outros, mas as imagens de um vaivém captaram a minha atenção. Um dos netos está na idade em que quer ser astronauta, obviamente.
Entendo que o programa explora alguns fenómenos desconhecidos que astronautas e astrofísicos foram encontrando desde que o ser humano se lançou para o espaço. O que me incomoda é o tom da conversa. A curiosidade cientifica e o levantamento de hipóteses, mesmo se infirmadas a seguir, são ofuscados por uma narração que lembra a das teorias de conspiração, envolvendo até alienígenas, por norma malévolos. Nem se coloca a possibilidade que estes seres com uma civilização tecnológica necessariamente muito mais avançada do que a nossa somente possam ter a curiosidade em saber. Diria que eventuais alienígenas correm de certa forma o risco serem recebidos pelos mais arrogantes ignorantes entre os seres humanos… se bem que as teorias de conspiração se limitam na maioria das vezes aos clássicos inimigos: o poder instalado, “os Americanos”, “a Nasa”, “os Russos”, substituindo “os Soviéticos” …
Lembro me seguir em jovem a serie Cosmos concebida pelo Carl Sagan. Com tanto desconhecido e enigmático então, com tanto que aprendemos e com tantas novas enigmas que nos apareceram desde então nem é necessário recorrer à conspiração para manter o suspense. O entendimento da própria natureza é uma aventura em si que provoca muito adrenalina. Porque não tentar captar a atenção para o trabalho de investigação, para a formidável engenharia envolvida e para a exploração das novas perguntas, mostrando o fascínio intrínseco da astronomia e abandonar a tentação de contar os mistérios por explicar como se fossem quem sabe provenientes de um eixo do mal que tem que ser atacado e destruído?
Entendo que o programa explora alguns fenómenos desconhecidos que astronautas e astrofísicos foram encontrando desde que o ser humano se lançou para o espaço. O que me incomoda é o tom da conversa. A curiosidade cientifica e o levantamento de hipóteses, mesmo se infirmadas a seguir, são ofuscados por uma narração que lembra a das teorias de conspiração, envolvendo até alienígenas, por norma malévolos. Nem se coloca a possibilidade que estes seres com uma civilização tecnológica necessariamente muito mais avançada do que a nossa somente possam ter a curiosidade em saber. Diria que eventuais alienígenas correm de certa forma o risco serem recebidos pelos mais arrogantes ignorantes entre os seres humanos… se bem que as teorias de conspiração se limitam na maioria das vezes aos clássicos inimigos: o poder instalado, “os Americanos”, “a Nasa”, “os Russos”, substituindo “os Soviéticos” …
Lembro me seguir em jovem a serie Cosmos concebida pelo Carl Sagan. Com tanto desconhecido e enigmático então, com tanto que aprendemos e com tantas novas enigmas que nos apareceram desde então nem é necessário recorrer à conspiração para manter o suspense. O entendimento da própria natureza é uma aventura em si que provoca muito adrenalina. Porque não tentar captar a atenção para o trabalho de investigação, para a formidável engenharia envolvida e para a exploração das novas perguntas, mostrando o fascínio intrínseco da astronomia e abandonar a tentação de contar os mistérios por explicar como se fossem quem sabe provenientes de um eixo do mal que tem que ser atacado e destruído?